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Desmatamento na Amazônia é o maior em 15 anos, revela Imazon

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Entre agosto de 2021 e julho deste ano foram derrubados 10.781 km² de floresta na Amazônia, de acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). É a maior área desmatada nos últimos 15 anos para esse período, segundo a organização.

A área destruída equivale a sete vezes a cidade de São Paulo. Se somada ao desmate ocorrido no período anterior – entre agosto de 2020 e julho de 2021 foram destruídos 10.476 km² –, em apenas dois anos foi derrubado um território equivalente ao estado de Sergipe. Se for levado em conta apenas o período de janeiro a julho deste ano, foram perdidos 6.528 km², ou seja, uma área equivalente a cinco vezes a cidade do Rio de Janeiro já veio abaixo este ano.

Os 32 municípios localizados na divisa entre Amazonas, Acre e Rondônia – região conhecida como Amacro — concentraram 36% do desmatamento registrado nos últimos 12 meses. Nessa área, de acordo com o Imazon, ocorre um processo de expansão do agronegócio, que derrubou quase 4 mil km² de florestas entre agosto de 2021 e julho de 2022.

“O aumento do desmatamento ameaça diretamente a vida dos povos e comunidades tradicionais e a manutenção da biodiversidade na Amazônia. Além de contribuir para a maior emissão de carbono em um período de crise climática”, diz Bianca Santos, pesquisadora do Imazon. Ela lembra que relatórios da ONU já alertaram que, se as emissões não forem reduzidas, fenômenos extremos como ondas de calor, secas e tempestades ficarão ainda mais frequentes e intensos, o que gerará prejuízos para o agronegócio e para as cidades.

Os números divulgados nesta quarta-feira (17) pelo Imazon são maiores do que as áreas desmatadas apontadas pelo monitoramento do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que no último dia 12 divulgou que foram destruídos 8.590 km² entre agosto de 2021 e julho deste ano. Isso ocorre, segundo o Imazon, porque as imagens de satélites que utiliza são capazes de detectar áreas devastadas a partir de 1 hectare, enquanto as imagens usadas pelo Deter permitem considerar áreas apenas acima de 3 hectares.

Clique aqui para ler texto do Imazon com os principais resultados do levantamento.

Clique aqui para ler reportagem do portal G1 sobre o levantamento do Imazon.

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