ESG

A urgência do desenvolvimento sustentável

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O esforço por um mundo mais sustentável mobiliza governo, empresas, organizações sociais, cientistas e povos da floresta. Os últimos anos fortaleceram o entendimento de que apenas a união de todos será capaz de nos tirar da trilha da destruição para nos colocar em direção a um mundo mais justo e ambientalmente responsável. Nesta página você saberá o que empresários, comunidades e centros de pesquisa estão fazendo para nos levar a esse novo futuro.

A consciência de que o desenvolvimento econômico, a preservação ambiental e o bem-estar social precisam andar juntos se fortaleceu progressivamente durante o século passado, especialmente a partir da década de 1960, e atingiu seu momento mais importante em 1987. Foi quando a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU divulgou um documento que estabeleceu o conceito de desenvolvimento sustentável e o popularizou globalmente.

Batizado de Nosso Futuro Comum (Our Common Future), mas também conhecido como Relatório Brundtland – referência ao nome da então primeira-ministra norueguesa, Gro Harlem Brundtland, que coordenou sua redação –, o documento descreve desenvolvimento sustentável como aquele “que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades”. É a melhor definição feita até hoje sobre o principal desafio de nossa civilização.

De lá para cá cresceu a percepção global de que precisamos mudar nosso modelo de desenvolvimento. E de que é preciso ter pressa. Estudos científicos constataram a relação entre a emissão de gases de efeito estufa e aquecimento global e alertaram para suas consequências. Por conta disso, em 1988 a ONU criou o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC) e, em 1992, na ECO-92, no Rio de Janeiro, os países industrializados concordaram sobre a necessidade de conter suas emissões.


Todos esses foram momentos importantes da luta socioambiental, mas ainda faltava uma participação mais robusta do setor privado. Com esse objetivo, a ONU lançou em 2000 o Pacto Global, a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, que já conta com mais de 16 mil membros de 160 países. O objetivo do pacto é alinhar as estratégias e operações das empresas a dez princípios universais nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. Quem adere ao pacto assume ainda a responsabilidade de contribuir para que os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) sejam alcançados até 2030.

O engajamento do setor privado cresceu desde então. Prova disso é a popularização da expressão ESG, sigla inglesa para “environmental, social and governance” – criada em 2004 em uma publicação chamada Who Cares Wins (Quem se importa ganha) feita pelo Pacto Global em parceria com o Banco Mundial. O documento foi elaborado a partir de uma provocação do então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a 50 CEOs de grandes instituições financeiras sobre como integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais. Hoje empresas do mundo todo buscam reduzir o impacto de suas atividades, aumentar a diversidade no ambiente de trabalho e adotar mecanismos que garantam a lisura de seus processos administrativos.

Com a clareza de quem vivencia a vida em sua forma mais pura, Ailton Krenak lamenta que o desenvolvimento aconteça hoje de forma desordenada e destrutiva, a partir de uma visão de mundo que considera os recursos infinitos e que desrespeita a natureza. Assista ao vídeo do representante indígena, escritor e ambientalista.

Está distante o tempo em que as empresas adotavam a causa socioambiental como estratégia de marketing. Como diz Luciana Coen, diretora de comunicação e responsabilidade social da empresa de software SAP Brasil, sustentabilidade não é uma maneira de elas se tornarem “bacanas”. O assunto é muito mais sério. Trata-se de uma questão de “sobrevivência” para os negócios e para o planeta.

É uma luta coletiva, afirma o fotógrafo e espeleólogo Clayton Lino, presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Ele lembra que já temos o conhecimento científico e as tecnologias disponíveis para enfrentar as mudanças climáticas. Mas isso não basta. O combate é difícil e só será vencido “com o envolvimento de toda a sociedade”.

O relatório do IPCC divulgado em agosto do ano passado anunciou que o mundo está a um passo de entrar em “colapso climático”. Se as emissões de gases do efeito estufa não forem reduzidas significativamente é “extremamente provável” que o aquecimento global chegue a 1,5°C nos próximos 20 anos e supere os 2°C até 2100, na comparação com os níveis pré-industriais.

Se os piores cenários se confirmarem, os eventos climáticos extremos, com secas intensas e grandes tempestades, se tornarão frequentes. O nível do mar pode subir até 2 metros ao final do século. No Brasil, a Amazônia enfrentará mais de 150 dias por ano com temperaturas acima de 35°C, colocando em risco muitas espécies do bioma. O Centro-Oeste terá grandes períodos de seca, ameaçando a produção de alimentos.

Se não houver uma mudança imediata de rota, teremos um futuro “muito problemático”, diz Thelma Krug, pesquisadora do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e vice-presidente do IPCC. Ao desafio das mudanças climáticas se junta outro grande problema, que precisa também ser enfrentado, afirma Jean Pierre Ometto, pesquisador do Inpe: “Vivemos um processo de extinção substancial da diversidade biológica do planeta”.

Os depoimentos acima foram dados para o documentário Keel, dirigido por Duto Sperry, que está disponível nesta plataforma. Assista abaixo:


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