O ano de 2021 deu início à Década da ONU de Restauração de Ecossistemas[1] que pretende deter a degradação de ecossistemas e catalisar iniciativas de restauração de ecossistemas em todo mundo, inspirando e apoiando governos, organizações, sociedade civil, empresas, jovens, mulheres e comunidades locais. Em Acari, no Rio Grande do Norte, o ano foi um marco para o projeto Arborizar é Vida que realizou a primeira entrega de mudas de espécies nativas da Caatinga para a prefeitura do município. Idealizado pela geógrafa Andreza Viana e desenvolvido junto a uma rede de colaboradores voluntários locais, ao longo de dois anos o projeto já distribuiu gratuitamente centenas de mudas para diversos municípios da região de Caicó, atendendo prefeituras, escolas e instituições de ensino, como a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e habitantes locais.
Por meio da doação de mudas de espécies nativas e frutíferas e ações socioambientais junto a diferentes públicos, o projeto tem por objetivo contribuir para a restauração da caatinga – bioma semiárido considerado o mais biodiverso do mundo e um dos mais degradados do Brasil. Suas atividades envolvem desde a coleta de sementes, a catalogação das espécies em banco de dados, o preparo de substrato para a produção de mudas, até a sua implantação no campo. Espécies em risco de extinção como a baraúna (Schinopsis brasiliensis), o cumaru nordestino (Amburana cearensis) e o pau d’arco (Tabebuia selachidentata A. H. Gentry.) fazem parte do seu banco de sementes.
Na década em que se configura um movimento global para acelerar a restauração de ecossistemas, Arborizar é Vida constitui uma iniciativa local que reúne elementos essenciais para mudar paisagens no semiárido. Trata-se de um projeto socioambiental inspirador e emblemático para o qual a Plataforma Há Limites pretende contribuir a fim de ampliar ações de restauração da Caatinga e semear um futuro sustentável.
[1] Para saber mais, acesse: <https://www.decadeonrestoration.org/pt-br/sobre-decada-da-onu>.