Os principais indicadores das mudanças climáticas no planeta atingiram níveis preocupantes no ano passado, de acordo com relatório divulgado na última quarta-feira (18) pela Organização Meteorológica Mundial (WMO), agência ligada às Nações Unidas. Estamos “cada vez mais próximos de uma catástrofe climática”, afirmou António Guterres, secretário-geral da ONU, durante o anúncio dos resultados.
O ano de 2021 teve uma temperatura média 1,1° C acima dos níveis pré-industriais. Apesar de ter sido ligeiramente mais frio do que 2020 – redução devida principalmente ao fenômeno La Niña –, o ano passado está entre os sete mais quentes da história.
De acordo com o relatório “Estado do Clima Global em 2021”, quatro indicadores bateram recordes no ano passado. A concentração de CO2 na atmosfera continuou a aumentar e atingiu 413,2 partes por milhão, 149% superior ao período pré-industrial.
Segundo o documento, os oceanos ficaram mais quentes nas profundidades superiores a 2.000 metros. O relatório aponta também que a acidificação dos oceanos se intensificou, ameaçando a vida marinha — o fenômeno resulta do aumento da concentração de CO2 na atmosfera, já que 23% das emissões são absorvidas pelos mares. E o nível médio dos oceanos continuou a aumentar – o crescimento médio é de 4,5 milímetros por ano entre 2013 e 2021, superior ao dobro do índice registrado entre 1993 e 2002.
Guterrez defendeu investimentos públicos e privados em energia renovável e o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis. Já Petteri Taalas, secretário-geral da WMO, pediu o fim do desmatamento da Amazônia. “Minha recomendação ao governo do Brasil é que parem o desmatamento e se concentrem até em plantar mais floresta na região”, disse.
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