Algumas empresas estão conseguindo se tornar mais diversas, equânimes e inclusivas. Mas ainda são poucas. É necessário ampliar o número de defensores dessa pauta dentro do mundo corporativo, avalia Reinaldo Bulgarelli, secretário executivo do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+.
As empresas são parte do problema, mas são também veículos de transformação social. E há muita coisa a fazer em um país tão desigual. Existem desigualdades que são até aceitáveis. Bugarelli cita como exemplo o fato de um pequeno número de pessoas poder comer pratos caríssimos. Até aí tudo bem, afirma. Mas há desigualdades inaceitáveis. Entre elas, o fato de uma parcela da população não ter dinheiro sequer para comer.
E há desigualdades que são intoleráveis por se basearem em características físicas, diz Bulgarelli. As mulheres, os negros, a população LGBTI+, os idosos e as pessoas com deficiência conhecem essa realidade, ao sofrer com a discriminação, o preconceito, a falta de oportunidades. Além de serem vítimas, muitas vezes, de violência física.
“O lema dos Objetivos de Desenvolvimento sustentável é ‘não deixe ninguém para trás’”, lembra Bulgarelli. Na sua avaliação, ainda estamos longe de cumprir essa meta. “A gente pode estar deixando gente para trás, na medida em que não garantimos os mesmo direitos e oportunidades para algumas pessoas em função das suas características, como ser uma pessoa LGBTI+.”