O consumo de plástico no setor de refeições para viagem no Brasil saltou de 17,16 mil toneladas em 2019 para 25,13 mil toneladas em 2021, um aumento de 46%, segundo estudo da organização internacional Oceana. Isso significa que foram consumidas 2,8 toneladas de plástico por hora na indústria de delivery de comida durante o ano passado.
A pandemia da Covid-19 foi o principal motivo desse aumento. Os brasileiros passaram a recorrer mais aos serviços de delivery e, com isso, cresceu o uso do plástico para embalar e transportar comida e para fabricação de canudos, talheres e outros utensílios.
O estudo lembra que esse material, criado para consumo e descarte imediato, representa uma das principais ameaças à vida marinha. Mais de 800 espécies são afetadas de alguma forma pelos resíduos plásticos, muitas delas em risco de extinção. Cerca de 90% das aves marinhas e tartarugas já consumiram algum tipo de plástico na vida, segundo o relatório “Um Oceano Livre de Plástico” publicado em 2020 pela mesma organização.
O novo estudo da Oceana defende que os congressistas criem uma lei para reduzir a oferta e o uso de plástico descartável — nos moldes das legislações de países como o Canadá, a China e a Índia. Pede ainda que as empresas de delivery substituam os itens descartáveis utilizados atualmente por opções biodegradáveis ou que possam ir para a compostagem e que invistam em recipientes retornáveis e reutilizáveis e em outros sistemas de transporte, como o a granel.
A Oceana, organização que se dedica à proteção e restauração dos oceanos em escala global, sugere aos consumidores que passem a exigir das empresas de delivery de refeições comprometimento com a campanha #DeLivredePlástico, coliderada pela Oceana e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
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